29/12/13

Led Zeppelin


John Bonham (bateria), Robert Plant (voz), Jimmy Page (guitarra) e John Paul Jones (baixo, teclado).

Travei conhecimento com os Led Zeppelin da forma que presumo ser a mais popular entre os soon-to-be-fans da banda: alguém me passou uma cassete com uma série de temas de vários artistas (nos tempos em que esse suporte era moeda corrente nas gravações de e para amigos) e lá para o meio, misturada entre as demais desconhecidas, sem qualquer contexto ou destaque, aparecia Stairway to Heaven. Até podia ser que os restantes trabalhos da banda não prestassem para nada (viria a descobrir mais tarde que não era assim, e que os Zeppelin, no auge da sua carreira, primeira metade dos ano 70, suplantaram os Rolling Stones em discos e bilhetes para concertos vendidos), mas aquele som em específico significou, naquele momento em que o ouvi pela primeira vez, uma verdadeira escadaria até ao céu - nunca havia experienciado nada que remotamente se assemelhasse àquilo. Começava com uma melódica suavidade acústica dedilhada por Jimmy Page, acompanhado por uma flauta serena e pela voz, em plena contenção, de Robert Plant, e terminava, finda a "escadaria" e o crescente instrumental progressivo, numa explosiva orgia eléctrica de texturas e cores. Assim que acabou, volvi o walkman atrás e repeti a audição... e depois repeti-a mais uma série de vezes. Com uns invulgares 8 minutos de duração, Stairway to Heaven é a composição mais popular de uma das bandas de rock/heavy-metal mais importantes e influentes de sempre, mas é apenas um caso de excelência entre os muitos que há para descobrir (para quem não conheça o grupo, obviamente). 

 A capa do primeiro album (sem título) - 1968

A sonoridade típica dos Zeppelin, mantida num espaço espantosamente homogéneo ao longo de toda a carreira (mesmo considerando as naturais evoluções instrumentais), é grave, volumosa e bastante preenchida, com cada instrumento a ocupar um espaço simultaneamente protagonista e complementar em relação aos restantes, numa harmonia pesada, poderosa e constante que os aproxima daquilo que pode ser chamado heavy-metal (género de que aliás são precursores).  E contudo, não é bem isso que é, ou não é "apenas" isso. É heavy e é metal, sem dúvida, pelo menos em grande parte do reportório, mas é também folk, blues e "simples" rock'n'roll, tudo misturado, e apresentado por vezes em baladas serenas e "doridas" que contrariam as bases do género, mas que ao mesmo tempo não deixam de lhe estar próximas.


A capa de Houses of the Holy - 1973  - inspirada na obra de Ficção Científica Childhood's End, de Arthur C. Clarke

Os Led Zeppelin estiveram reunidos enquanto banda entre 1968 e 1980, ano em que John Bonham faleceu. Desde então os restantes membros têm aparecido juntos em reuniões esporádicas e concertos ao vivo.

Vou resistir à tentação de colocar aqui o tema Stairway to Heaven (e o mesmo em relação ao curiosíssimo The Battle of Evermore), e vou optar por temas mais "normais" dentro daquilo que será a sua identidade sonora.

Good Times Bad Times,  do álbum I - 1969


Celebration Day,  do álbum III - 1970


Kashmir,  do álbum Physical Graffiti - 1975

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Deixo ainda uma parte do tributo da presidência dos Estados Unidos no "Kennedy Center Honors" aos Led Zeppelin. A cerimónia decorreu a 26 de Dezembro de 2012, contou com actuações dos Foo Fighters, Kid Rock, Lenny Kravitz e das Heart a interpretarem temas da banda, e com Jack Black a apresentar.


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